"Apesar da minha, ainda, juventude, recordo nostalgicamente as experiências que travava nos tempos da minha infância. Pareciam singulares, vulgarmente razão de espanto, surpresa e satisfação. Um dia explicam-me que dentro dum adulto poderá existir sempre razão para brincar, que podemos ser crianças até morrer. Bebi semelhante parecer como uma verdade absoluta, acompanho-me no meu dia-a-dia com o objectivo de jamais deixar adormecer esse ser que um dia todos fomos."
Escrevia isto em 2011 aquando da primeira exposição. A primeira exposição individual  "a sério", depois de licenciado. Inaugurada, ontem, de ego cheio, no extinto Espaço Ilimitado em plena rua de Cedofeita, no Porto. Vislumbro-a hoje, já de ego vazio, com uma estranha sensação de embaraço. 
Levei a tralha toda, literalmente, sem filtro. O espaço, que era ilimitado de nome, deixava caber mais uma peça e mais  rabisco, e mais uma e mais um. Até ser demais, até se nivelar qualitativamente pelo melhor e pelo pior. Mas eu queria assim, queria que aquela exposição fosse um fragmento de mim, com todos os defeitos e com tudo o que me pertence. 
Hoje não repetiria a façanha. Sinto um misto de vergonha e saudade de uma inocência que já não tenho. Hoje tenho mais complexos. Hoje tenho filtros mais apurados. Arrisco menos.
Estas são as fotos que, por enquanto, escapam à censura.
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